É importante pensar no impacto da sua ausência no trabalho coletivo.
Apresentar um pedido de demissão é sempre um tanto quanto delicado: não é porque estamos deixando uma companhia que devemos ignorar o esforço que dedicamos a ela, tampouco o quanto lutamos para que a nossa reputação nos precedesse.
Ir embora com elegância, respeito pelo coletivo e com um aviso prévio é sempre a melhor opção: nós não sabemos o dia de amanhã, é verdade, e não queremos fechar as nossas portas.
Pode ser que, em outro momento, você se depare novamente com a companhia ou com os seus executivos no mercado de trabalho. Se isto acontecer, o ideal é que eles olhem para você com atenção e respeito, e não com a memória de que você deixou a sua equipe para trás no momento em que ela mais precisava de você.
Se você está pensando em migrar para outra área, já conseguiu um emprego com benefícios corporativos mais competitivos ou está em processo de contratação em outra companhia, é importante que a sua companhia atual saiba disso.
Não deixe para avisar em cima da hora: o ideal é avisar que está indo embora pelo menos 30 dias antes, para permitir que haja tempo de reorganização e a busca por uma pessoa que possa ocupar o seu posto.
Mas atenção: não avise a sua equipe ou seus colegas antes de falar com os seus superiores. Isso se trata de uma descortesia e, quando chegar aos ouvidos dos seus chefes, pode soar como fofoca ou como algo que foi feito “pelas costas”.
Assim, fica a primeira e mais importante dica: antes de anunciar a sua saída para todos, fale com o superior e então com o RH.
Como pedir demissão sem atrapalhar sua equipe
Feita a primeira etapa, de comunicar a sua ida para outro estabelecimento, ouça o que o seu supervisor tem a dizer. É possível que ele queira entender melhor o que fez com que você tomasse a decisão, e a dica aqui é: seja sincero, mas sempre respeitoso (de novo!).
Se tem críticas a fazer em relação à forma como o trabalho é conduzido na empresa, o faça sem desprezo ou palavras de baixo calão. Preze pela gentileza com a qual conduziu as suas relações durante toda a sua permanência na companhia, e ofereça apenas feedbacks construtivos.
Depois disso, é hora de trabalhar com a parte, digamos assim, mais burocrática. As suas tarefas serão passadas para terceiros, então é necessário que você crie o que chamamos de plano de transição.
Criando um plano de transição
Este material dá um pouco de trabalho, mas é fundamental para que a sua equipe e a pessoa que ocupar o seu lugar não se encontrem em uma situação deveras delicada (o que pode gerar, além de perda de produtividade individual e coletiva, desmotivação, problemas de comunicação e perdas financeiras).
Nele, você deve listar quais são as tarefas que estão pendentes, o que terá que ser feito após a sua saída e o que você fará durante o mês em que estiver se preparando para deixar a empresa.
No plano de transição, você deve listar detalhes relevantes da sua relação com os clientes, o que é esperado da sua equipe para os próximos meses e quais são os passos a serem cumpridos para que haja o solucionamento de problemas em curso.
Atenção: não é porque você vai deixar a empresa que não deve fazer o seu trabalho com excelência. Durante o tempo em que você estiver de aviso prévio, trabalhe normalmente, cumprindo os seus prazos e funções, e se esforce para manter os colegas animados.
Se for possível e o seu gestor solicitar, auxilie no processo de treinamento da pessoa que irá ocupar o seu lugar. Isso, além de ser bastante respeitável aos olhos do empregador, permitirá que o novo profissional tenha mais facilidade para se adaptar às dificuldades cotidianas e saiba o que é esperado dele no dia a dia.
Por fim, solicite e ofereça feedbacks que possam colaborar para o desenvolvimento de novas perspectivas e soluções no ambiente de trabalho.
Se você tem percebido que alguns dos seus colegas estão tendo dificuldades para cumprir com as tarefas, você pode e deve ajudá-los sem alarde: desta forma, quando você não estiver presente, eles poderão se organizar mais facilmente.
