Nos últimos anos, a legislação brasileira avançou bastante a respeito do uso do Canabidiol para tratamento de diversas doenças, especialmente da Epilepsia. Isso faz crescer o interesse pela substância por parte de pacientes e profissionais da saúde.
Aliás, a procura por cursos de Cannabis Medicinal é cada vez maior. Na prática, isso demonstra o interesse da comunidade médica em evoluir nos estudos e colaborar com o tratamento e qualidade de vida dos seus assistidos.
Apesar dos avanços, a terapia ainda é recente e desconhecida por muitas pessoas. É necessário aprofundarmos no debate e esclarecer como a substância pode ser usada a favor de quem convive com crises convulsivas. Acompanhe!
Epilepsia: conheça a doença e seus sintomas
A Epilepsia é uma doença que se caracteriza pelo funcionamento inadequado do cérebro, decorrente do envio de sinais e impulsos elétricos errados pelos neurônios. Em geral, o paciente sofre com crises sucessivas em intervalos irregulares.
Apesar do preconceito sobre essa condição, estima-se que quase 70 milhões de pessoas em todo mundo sofram com ela. Esse é um dado que demonstra a relevância de estudos na área, já que os diagnosticados têm sua qualidade de vida afetada.
O que causa a Epilepsia?
É importante dizer que a Epilepsia pode estar associada a diversas causas. Ela pode ser uma condição médica ou indicar a presença de algum problema no cérebro — daí a importância de se procurar ajuda médica já no primeiro episódio.
Em crianças, ela pode ter relação com problemas de metabolismo. Já em adultos e idosos, as causas mais frequentes são tumores cerebrais e doenças neurológicas. Porém, de modo geral podemos dividir essas causas em três grupos:
- condições genéticas — as crises são consequência de algum problema genético;
- condições estruturais ou metabólicas — as crises são desencadeadas por uma condição metabólica ou doença, além de serem uma sequela de um AVC ou infecção, por exemplo;
- causa desconhecida — nesse caso, o médico não consegue identificar a causa. Isso acontece com frequência.
Quais os sintomas da Epilepsia?
Em relação aos sintomas, é importante esclarecer que eles variam conforme o tipo de epilepsia que o paciente tem. Com isso, os mais comuns são:
- crise convulsiva — espasmos e contrações musculares, com salivação excessiva;
- crise de ausência — indivíduo fica com o olhar fixo e não se comunica;
- crises parciais simples — perda do controle dos movimentos e da percepção de si mesmo;
- crise parcial complexa — nesse caso, há a perda da consciência.
A Epilepsia pode levar ao óbito?
A Epilepsia em si não pode matar. No entanto, já existem estudos que comprovam que essa condição aumenta o risco de morte súbita.
Em geral, pacientes que sofrem mais de três episódios convulsivos em um período de 12 meses têm 50% a mais de chance de morrerem de forma repentina e sem causa evidente. Isso porque, durante as crises, pode faltar oxigênio no cérebro e ocasionar um prejuízo na respiração.
Saiba mais sobre o Canabidiol
Como já destacamos, os últimos anos foram marcados por um expressivo avanço nos estudos sobre o uso de produtos com Canabidiol (CBD). O destaque fica para o tratamento da Epilepsia, principalmente quando outras medicações são ineficazes.
A substância é um dos principais ativos da planta Cannabis Sativa. Mesmo com todo o preconceito e receio em torno de suas propriedades, já se sabe que o CDB é um poderoso anticonvulsivante. Entenda mais!
O que é o Canabidiol?
A Cannabis é uma planta milenar da qual são retirados mais de 100 canabinóides, sendo que os mais conhecidos são o THC e o CDB. Isso quer dizer que ele não produz efeitos colaterais eufóricos ou intrusivos.
Em razão disso, a comunidade científica começou a se interessar mais por este composto. Afinal, ele é seguro e suas propriedades neuroprotetoras podem servir no tratamento de diversas doenças, como Epilepsia, Esclerose Lateral Amiotrófica, Parkinson e Alzheimer.
Como o CDB ajuda a tratar a Epilepsia?
Agora que você já entendeu o que é a Epilepsia e já conhece melhor o Canabidiol, é hora de descobrir por que cientistas, médicos e pacientes confiam tanto em sua capacidade de tratar essa doença.
Em resumo, o grande ponto está em suas propriedades anti-inflamatória e antioxidante. Depois de várias pesquisas e testes, concluiu-se que o CDB reduz a inflamação no cérebro, evita a perda de neurônios e normaliza a emissão de impulsos neurais.
Já existem argumentos sólidos a favor do tratamento da Epilepsia refratária— quando outros medicamentos não são eficientes. Pesquisas realizadas de forma séria e por cientistas experientes de todo o mundo já concluíram sua capacidade de controlar as crises.
Por que o tratamento ainda é pouco usado?
Mesmo com todos os benefícios comprovados do uso CDB no tratamento da Epilepsia, a substância ainda é pouco utilizada no Brasil. Isso significa que milhares de pacientes deixam de levar uma vida normal e com menos crises por diversos motivos.
O primeiro ponto é o preconceito em torno da Cannabis. Assim, a falta de informação e crenças culturais impedem muitas pessoas de aproveitarem das suas propriedades terapêuticas.
Outro fator é o alto custo dos medicamentos comercializados. Mesmo com a autorização da Anvisa para venda de diversos remédios à base de CBD, esses produtos ainda são caros e inacessíveis à maioria dos pacientes.
Felizmente, essa realidade deve mudar nos próximos anos, uma vez que a indústria farmacêutica brasileira já começou a produzir seus próprios medicamentos. O entrave fica por conta do cultivo, que ainda não foi liberado — a importação da planta deixa o processo mais caro.
Nesse sentido, cumpre salientar que já está em tramitação no Congresso a proposta de regulamentação do plantio da Cannabis para fins medicinais. Sendo o texto, apenas empresas poderão fazer esse cultivo para fins específicos.
Conclusão
A Epilepsia é uma doença crônica, com efeitos consideráveis na qualidade de vida dos pacientes. Por esse motivo, é importante pensarmos em alternativas mais eficientes aos tratamentos tradicionais, uma vez que muitas pessoas não respondem bem a esses medicamentos.
Como vimos, o Canabidiol é uma substância capaz de trazer resultados positivos e é muito segura — pode ser administrado em crianças. Com o avanço dos estudos e a da legislação brasileira, espera-se que o tratamento se torne mais acessível e ajude mais pessoas no controle das crises.