O atacado possui um papel muito importante na cadeia de suprimentos, fazendo parte de um organograma que auxilia fabricantes a terem o contato com varejistas.
Os atacadistas são um importante elo no ciclo comercial de um país, onde eles ajudam a conectar desde fabricantes de bolachas nordestinas a de roupas até o seu cliente final.
Continue lendo esse artigo e compreenda um pouco mais sobre o papel do atacadista na cadeia de suprimentos, principais características do segmento e entre muitos outros fatores.
O que é uma cadeia de suprimentos?
A cadeia de suprimentos consiste na rede de todos os indivíduos, organizações, recursos, atividades e tecnologia que são envolvidos tanto na criação e venda de um produto.
Nesse caso, desde a confecção de um produto e de sua faca de embalagem até a sua distribuição e venda ao consumidor final fazem parte do processo da cadeia de suprimentos.
Dessa forma, a cadeia de suprimentos envolve desde a entrega de materiais de origem do fornecedor ao fabricante, até que esse produto chegue até o seu cliente final.
Normalmente, a cadeia de suprimentos é composta por fornecedores, sendo estes os responsáveis pela entrega de matéria-prima e fabricantes que convertem esse material em produtos, como uma madeira em porta pallet, por exemplo.
Após esse processo, o produto é posicionado em armazéns, sendo esses os atacados, responsáveis por armazená-lo devidamente, centros de distribuição que os entregam aos varejistas e esses são responsáveis por levar o produto até o seu consumidor final.
Como você pode perceber, as cadeias de suprimentos estão por trás dos produtos de valor, uma vez que, sem elas, nenhum produtor possui a capacidade de oferecer aos seus clientes o que, quando e onde eles querem.
Dessa forma, os produtores competem uns com os outros apenas através de suas cadeias de suprimentos, e nenhum grau de melhoria no final do produto tem o poder de compensar as deficiências nela que reduz a capacidade dele em competir.
O que é um comércio atacadista?
De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, a ABAD, os atacadistas são aqueles que compram e vendem produtos de fornecedores da indústria, com o intuito de efetuar a venda ao varejo.
Esse processo acontece onde a maior parte do atendimento dos comércio atacadista é realizada para os pequenos varejistas independentes.
Por exemplo, um comerciante de bairro que utiliza um triciclo de carga para fazer negócio com os vizinhos, pode obter seus produtos através do contato com atacadistas, possuindo uma grande gama de produtos mesmo sendo um comércio menor.
Já os distribuidores são responsáveis por um processo similar, onde eles compram e vendem produtos de fornecedores da indústria, possuindo assim um vínculo de exclusividade, em que esse privilégio pode ser dado por muitos elementos diferentes.
A exclusividade pode possuir um vínculo a uma marca, empresa ou região, uma categoria específica de produto ou um canal.
Por exemplo, você pode possuir uma preferência por uma marca de plataforma elevatória tesoura e, por isso, escolhe os produtos de uma distribuidora em específico.
Isso acontece porque, a venda por atacado é realizada em grandes quantidades de produtos, em que o objetivo é que esses objetos sejam vendidos de maneira mais barata, principalmente porque são comumente destinados à revenda.
Além disso, como já mencionado, as empresas desse setor trabalham com distribuição, gerando assim, capilaridade e sendo responsáveis por atender a maior parte dos pequenos comerciantes.
De acordo com Nelson Barrizzelli, coordenador de projetos da FIA, os atacadistas possuem uma grande importância no mercado de consumo do país.
Isso acontece porque, sem a sua atuação, estes canais teriam uma enorme dificuldade para oferecer mercadorias de empresas de todos os portes e seguindo a preferência do consumidor.
Outro fator importante é que o valor do atacado e distribuidor são os 95% de presença no abastecimento de varejo independente, canal que congrega o comércio tradicional e de balcão.
Como você pode perceber, existe uma grande relevância desse suporte para as indústrias, já que dificilmente elas conseguiriam alcançar todos os lares do Brasil.
Além disso, um fator conhecido é que as grandes indústrias, com andaime tubular para mexer em seus extensos estoques, só são grandes porque possuem uma forte malha de distribuição.
Já aquelas com um melhor planejamento e execução votado para o atacadista ou distribuidor terão uma maior chance de expandir a sua penetração no Brasil e alcançar o sucesso no mercado.
Principais empresas nacionais do ramo
De acordo com a projeção que foi realizada pela GoBacklog, é possível perceber que o setor vem crescendo cada vez mais no país, em que o número de empresas já cresceu em cerca de 26% entre os anos de 2014 e 2018.
Além disso, a ABAD disponibilizou um ranking, em 2019, das 10 empresas do ramo que mais se destacam, onde dentre eles estão incluídos apenas os atacadistas e distribuidores de venda indireta, sendo esses:
- Martins, MG, com um faturamento de R$ 4,90 bilhões;
- Tambasa, MG, com faturamento de R$ 3,08 bilhões;
- Servimed Comercial, SP, faturamento de R$ 2,69 bilhões;
- Decminas ou Apolo Mineiro, MG, R$ 1,65 bilhão;
- GAM, SC, R$ 1,51 bilhão;
- Destro Macroatacado, PR, R$ 1,46 bilhão;
- JC Distribuição, GO, R$ 1,44 bilhão;
- Grupo Pegoraro-Deycon, SC, R$ 1,26 bilhão;
- Grupo Vila Nova, MG, R$ 1,17 bilhão;
- Atacado Bate Forte, SP, R $1,09 bilhão.
Essas são as 10 principais empresas do ramo, onde as distribuidoras e atacadistas acabam se destacando dos demais.
Principais problemas do segmento
O seguimento também possui os seus obstáculos, onde existem alguns problemas principais que acabam dificultando a atuação das empresas nesse setor.
Pressões por Sell In
Os fornecedores possuem algumas metas a serem alcançadas, sendo baseadas em projeções de crescimento, o que acaba levando pressão a toda a cadeia.
Essa pressão acaba muitas vezes gerando redução de margem, uma vez que com um sell in forçado, existe um movimento de sell out que é pouco proporcional.
Por exemplo, é como possuir uma grande entrada de mini porta pallet e pouca saída do mesmo produto no empreendimento, provocando um efeito desproporcional.
Conflito de grandes indústrias
Esse problema é mais comum de ser encontrado no setor de distribuição do que de atacado, já que existem exclusividades que são exigidas pelos grandes fornecedores.
Dessa forma, algumas empresas desse ramo se encontram em uma situação complicada com a expansão de mix para linhas que já distribuem, em companhias que já eram parceiras.
Por exemplo, um fornecedor que era apenas de para-raios, proporcionando o laudo spda e entre outros fatores, pode começar a vender outros equipamentos e, assim, prejudicar o relacionamento do atacadista e distribuidor com parceiros fornecedores de longa data.
Pouco conhecimento do consumidor final
Por possuir um maior contato com os varejistas, e não com o consumidor final, os atacadistas e distribuidores não conseguem coletar dados de seus potenciais clientes, sendo difícil identificar oportunidades e agregar novas indústrias ao portfólio.
Existem ainda muitas outras dificuldades que são características do segmento, como a dificuldade em manter um padrão de execução no PDV e alto custo de software que possuem foco no segmento.
Além disso, também existem obstáculos relacionados a possuir pouco conhecimento dos dados de operação e dificuldade para expansão, sendo essa apenas algumas das principais problemáticas que a área enfrenta.
Aumento das vagas de emprego
Segundo a Revista ABAD, novamente, publicada em maio de 2019, o número de funcionários do setor aumentou consideravelmente, onde, em 2018, os colaboradores passaram de 113.815 para 119.156.
Essa alta do segmento representa cerca de 4,7% de crescimento, possuindo um maior destaque para a contratação de representantes comerciais autônomos, desempenhando uma alta de, em média, 19,4%.
Com isso, você pode perceber que mesmo com tantas dificuldades que o segmento enfrenta, as empresas estão investindo muito na contratação de novos funcionários, sendo principalmente representantes.
Todavia, existem algumas vantagens, mas também desvantagens nessa estratégia, uma vez que essa é uma tentativa das empresas em aumentarem o faturamento e reduzir os custos fixos, como os de logística, por exemplo.
Entretanto, existem alguns problemas que também acompanham esse aumento, como a qualidade da execução, que pode acabar caindo, além de um maior esforço gerencial, com a finalidade de acompanhar e gerir esses novos colaboradores.
Como pode perceber, existem muitos pontos a serem analisados no setor de distribuição e atacadistas, sendo esses fatores essenciais na cadeia de suprimentos, garantindo que desde grandes a pequenos empreendedores consigam obter os seus produtos.
Isso acontece porque ele é o ponto de encontro entre fabricantes e varejistas, proporcionando a ponte para que haja o comércio entre ambas as partes e garantindo que o produto chegue com qualidade até o seu consumidor final.
